Nesta terra, o olhar é o espelho da alma.
Regressei à terra do Pois, onde as vidas se passam a dois, o ambiente é de calma e ainda se ouve Jorge Palma.
Entrei na terra do Pois.
No meu carro, o som dos Waterboys.
40º à sombra, o furor do calor, nesta terra onde se passeiam carros de bois.
A terra tem mar e heróis, daqueles que se lambuzam de cerveja e caracóis. Tem piscina de marés, miúdos aos xutos e pontapés. São estes os delfins dos regressados dos Anos 80, gente mutante, para sempre apaixonada pelas baladas dos Trovante.
Visitei a terra do Pois. Acompanhado de um repórter estrábico.
- Vou contar-te, disse ele.
… hum!
- Hoje tive um Sonho Pop, que me lembrou os Pop dell’Arte.
Na Praça Central, a música era bem mais tradicional. Táxis continuavam parados. Greve dos trabalhadores do comércio. As operárias sintonizam Rádio Macau e envolvem-se na novela da Andorinha e do Lacrau. A terra do Pois parece uma cidade de sitiados. GNR dão o tom e deambulam à paisana como um dirigível do som. Já foi terra modelo, onde em cada esquina se quebrava o gelo.
Regressei à marginal, da terra do Pois. Velhos marinheiros continuam atacados por bichos carpinteiros.
Os velhos bares estão fechados. Já não é possível repetir a dança do som, já não há guardadores de margens, restam-nos, na memória, as imagens. As velhas chaminés não fumegam e as mulheres já não se entregam.
Os sons da terra do Pois já não estão na frente. Hoje, tudo me aparece diferente. Mas para meu gonzo e satisfação ainda por lá se encontram alguns entes queridos, pais de meninos atrevidos. Valha-me MadreDeus! Será que tenho de voltar de novo para Porto Covo? Ainda lá estarão a Xana, a Anabela, a Lena. Ai a Lena! Apaixonada por praia, água e iodo, aquela mulher era um advérbio de modo! Ninguém me convide mais para um passeio pelos areais, sem a Lena e sem os ais!
Deixei a terra do Pois.
Foi uma grande viagem pelos ecos da cave. Acho que estou a precisar de uma boa bramassaji. Pois sim, são os quarenta e a lembrança dos anos 80!"
Regressei à terra do Pois, onde as vidas se passam a dois, o ambiente é de calma e ainda se ouve Jorge Palma.
Entrei na terra do Pois.
No meu carro, o som dos Waterboys.
40º à sombra, o furor do calor, nesta terra onde se passeiam carros de bois.
A terra tem mar e heróis, daqueles que se lambuzam de cerveja e caracóis. Tem piscina de marés, miúdos aos xutos e pontapés. São estes os delfins dos regressados dos Anos 80, gente mutante, para sempre apaixonada pelas baladas dos Trovante.
Visitei a terra do Pois. Acompanhado de um repórter estrábico.
- Vou contar-te, disse ele.
… hum!
- Hoje tive um Sonho Pop, que me lembrou os Pop dell’Arte.
Na Praça Central, a música era bem mais tradicional. Táxis continuavam parados. Greve dos trabalhadores do comércio. As operárias sintonizam Rádio Macau e envolvem-se na novela da Andorinha e do Lacrau. A terra do Pois parece uma cidade de sitiados. GNR dão o tom e deambulam à paisana como um dirigível do som. Já foi terra modelo, onde em cada esquina se quebrava o gelo.
Regressei à marginal, da terra do Pois. Velhos marinheiros continuam atacados por bichos carpinteiros.
Os velhos bares estão fechados. Já não é possível repetir a dança do som, já não há guardadores de margens, restam-nos, na memória, as imagens. As velhas chaminés não fumegam e as mulheres já não se entregam.
Os sons da terra do Pois já não estão na frente. Hoje, tudo me aparece diferente. Mas para meu gonzo e satisfação ainda por lá se encontram alguns entes queridos, pais de meninos atrevidos. Valha-me MadreDeus! Será que tenho de voltar de novo para Porto Covo? Ainda lá estarão a Xana, a Anabela, a Lena. Ai a Lena! Apaixonada por praia, água e iodo, aquela mulher era um advérbio de modo! Ninguém me convide mais para um passeio pelos areais, sem a Lena e sem os ais!
Deixei a terra do Pois.
Foi uma grande viagem pelos ecos da cave. Acho que estou a precisar de uma boa bramassaji. Pois sim, são os quarenta e a lembrança dos anos 80!"
"Caril dos Anjos - O sabor das imagens com sentido único"
Do livro do nosso amigo João Abreu.
Obrigado João.
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